Como parte da imersão no ecossistema de inovação de Israel conheci diversos componentes da cultura israelense:
- 1 Venture Capital (Mindset Ventures)
- 2 Programas de Inovação (Innovation Experience e Mamram)
- 2 Unicórnios (Wix e Lightricks)
- 5 Startups (Facetrom, Plaiview, ThinkUp, Reblaze e ACiiST)
- 1 Iniciativa Governamental (Tel Aviv Tech)
- 1 Militar (Doron Gavish)
- 2 Universidades (Weizmann Institute of Science e Ben-Gurion University)
- 1 Kibutz (Hatzerim)
- 2 ONGs (Yad Sarah e United Hatzalah)
- Alguns pontos turísticos (Carmel Market, Machaneh Yehudah Market, Jerusalém, Monte das Oliveiras, Mar Morto)
- Diversos bares e restaurantes
- Aprendi o que significa Tachless, Chutzpah, Centauro e Chief Of Staff corporativo
Quer conhecer toda essa jornada? Baixe meu e-book sobre Israel.
Por que Israel?
- Em um país de apenas 9 milhões de pessoas existem mais de 9000 startups, ou 1 startup a cada 1000 habitantes.
- É o 3º pais com mais empresas na NASDAQ (atrás de China e Estados Unidos).
Para fins de comparação o Brasil tem mais de12 mil startups com uma população de 214 milhões, o que representa uma startup a cada 16.800 pessoas.
Como eles fazem isso? É o que eu vim descobrir! Vou falar mais sobre Israel nos próximos dias já que toda a viagem é sobre a cultura de inovação deles. Por hoje quero compartilhar a apresentação da Facetrom, que na minha opinião foi o ponto alto da programação.
Facetrom
A Facetrom é uma empresa que ajuda pessoas sem histórico de crédito, os desbancarizados, a terem seu crédito aprovado.
Apesar de muitas pessoas terem criado contas em bancos e começado a fazer pagamentos digitais durante a pandemia, segundo o Worldbank ainda existe 1,4 bilhão de pessoas desbancarizadas no mundo. So no Brasil, segundo o Global Findex, o número de pessoas com conta em banco saltou de 54% em 2017 para 73% em 2021, ou seja 27% dos adultos no Brasil ainda não tem conta em banco e 46% tem pouco histórico de crédito para ser analisado.
A Facetrom faz isso através de soluções de análise de risco de crédito usando tecnologias de inteligência artificial e reconhecimento facial. Ou dizendo isso de uma forma mais simples: ela analisa o seu rosto e diz se você é um bom pagador ou não, sem nenhum outro tipo de informação.
Num primeiro momento eu confesso que achei um completo absurdo, mas os dados e pesquisas da empresa são fascinantes. Eles conseguem aumentar a taxa de aprovação de crédito de 20% para 67% e mesmo aumentando a aprovação ela ainda diminui o percentual de inadimplência de 4% para 2,3%.
Ou seja, na prática a Facetrom realmente está ajudando mais pessoas a serem aprovadas ao solicitar crédito e ao mesmo tempo está diminuindo o risco dos bancos. Uma relação totalmente ganha-ganha.
Ido Peleg, fundador e presidente da Facetrom, afirma, que temos marcadores biológicos que representam nossa confiabilidade, mas as análises subjetivas são sempre discriminatórias, ou em outras palavras, achamos que alguém é ou não bom pagador por causa dos nossos preconceitos. O que a pesquisa dele aponta e os clientes da Facetrom estão comprovando na prática é que essa análise funciona. E que ao contrário do que parece numa primeira leitura a tecnologia visa remover o preconceito e não perpetuar.
Aqui vale um parênteses, a maioria das tecnologias de reconhecimento facial do mundo apresentam riscos diversos, desde condenar uma pessoa injustamente até hackear o celular de alguém. Para garantir que a tecnologia da Facetrom não apresenta esses riscos Ido deu algumas informação.
- Os dados são completamente anonimizados: ele recebe apenas a foto, sem nenhuma outra informação daquele indivíduo e converte no seu banco de dados para vetores que analisam os marcados biométricos. Depois de convertido para vetor o dados não pode ser convertido novamente em imagem, o que garante a anonimização.
- Antes de entrar em um novo mercado o modelo é treinado com dados positivos e negativos usando, através de algoritmos supervisionados e não supervisionados, de forma a garantir confiabilidade dentro do perfil étnico-racial daquele país.
- Ele não garante 100% de acurácia, na melhor das hipóteses, combinado com outras análises, a acurácia chega a 90%.
Até agora os clientes da Facetrom tem usado, para aumentar a oferta de crédito para pessoas que normalmente teriam seu crédito negado por falta de informações. Ou seja, na prática o sistema realmente está sendo utilizado para dar crédito para quem antes não tinha, democratizando o acesso ao dinheiro e consequentemente a oportunidades.
E quando essa tecnologia chegará no Brasil? Surpresa, já chegou! Em 2019 a startup ganhou uma competição de FinTechs realizada pela Febraban.
Tem toda a cara de algo que tem o potencial de ser usado para o mal, como toda tecnologia, mas no momento a Facetrom está criando oportunidades e mudando a vida das pessoas.