Aqui na primavera eles adiantam o relógio uma hora, é igual ao horário de verão, mas eles chamam de Spring Forward e no outono quando o relógio volta uma hora eles chamam de Fall Back.

Aproveitar a luz do dia tem tudo a ver com a primeira palestra de hoje “Realidades do projeto de construção regenerativa“. Colin Rohlfing e Anosha Zanjani da HDR Inc mostraram como o design precisa deixar de apenas compensar carbono ou zerar, mas ser carbono positivo.
O aumento da emissão de carbono já fez subir a temperatura média do planeta em 1º C nos últimos 50 anos. Isso tem aumentado os incêndios e também as chuvas, provocando inundações.
Segundo as pesquisas sobre aquecimento global já passamos de um ponto de inflexão e teremos de conviver com algumas das mudanças climáticas de forma permanente. E estamos a 9 anos (2031) de um novo ponto de inflexão onde as mudanças serão ainda mais catastróficas.
Também foi falado sobre o impacto dessas mudanças na saúde mental. A Covid nos mostrou que as tragédias naturais (a pandemia é um exemplo de tragédia natural que estamos enfrentando) nos trazem sérias consequências psicológicas. Uma pesquisa mostra que 41% das pessoas tiveram problemas relacionados à saúde mental.
Se começarmos a criar espaços sustentáveis podemos reverter essa tendência. Mas o que um projeto carbono positivo e mentalmente saudável deve considerar?
Otimizar a luz do dia: isso não apenas economiza energia para iluminação como também economiza energia com o aquecimento. Do lado humano, a luz natural ajuda a regular nosso sono e o sol nos faz sentir melhores do que aquecimento artificial.
Eletricidade: Não usar combustíveis reduz a emissão de poluentes que geram problemas respiratórios e até do coração (as partículas de poluição são tão pequenas que entram na corrente sanguínea através do pulmão). Num projeto sustentável até a cozinha deve ser elétrica para não utilizar gás.
Integrado com a natureza: Áreas verdes recuperam carbono e nos trazem uma sensação de bem estar.
Cuidado com os sentidos: O local não deve superestimular os sentidos, considerando proteção anti-ruído, evitar poluição visual e materiais agradáveis ao toque. O objetivo é um design homeostático, voltado para o equilíbrio do organismo.
Esses tipos de gastos podem sim tornar a construção mais cara, porém há uma economia nos gastos de energia além da saúde física e mental dos ocupantes. Quando considera o custo de longo prazo, o investimento no design regenerativo definitivamente se paga.

Em seguida foi para Spacetech: a Próxima Fronteira onde Chris Kemp (Astra) e Robbie Schingler (Planet Labs PBC) responderam perguntas sobre esse novo tipo de empresas como EdTech, HealTech ou FinTech.
Estamos no momento onde existem muitas empresas e investimento nesse mercado. Diversas companhias estão desenvolvendo câmeras, sensores, satélites, motores e isso está gerando um efeito similar a miniaturização dos computadores e telefones. Veremos mais espaçonaves e satélites menores e mais eficientes.
As SpaceTech são empresas que estão construindo a infraestrutura espacial. Isso inclui quem fabrica os foguetes, quem fabrica os satélites, quem lança os foguetes e coloca satélites em órbita e quem entrega serviços através dessa infraestrutura. Em breve serão as empresas que vão entregar encomendas nas estações espaciais, na Lua ou até em Marte.
Mencionaram um exemplo da importância dessa infraestrutura citando o que está acontecendo na guerra da Rússia vs Ucrânia. Russos derrubaram toda a infraestrutura terrestre mas a Starlink (rede de satélites que fornecem internet, uma empresa do Elon Musk) continuou funcionando.
E já vemos impactos dessa tecnologia aqui na terra, com a miniaturização dos telefones via satélite em breve podemos ter essa tecnologia em nossos smartphones. Imagine todo mundo carregando no bolso um dispositivo com capacidade de acessar satélites e se comunicar globalmente?
Outra possibilidade de futuro é a entrega de mercadorias através de voos suborbitais onde em poucas horas é possível levar um item para qualquer lugar do planeta.
São ótimos exemplos que explicam porque as SpaceTech são a próxima fronteira a serem exploradas.
Na palestra “A experiência de saúde: coloque os designers no comando”, Noah Waxman da Cactus apresentou um universo de possibilidades para melhorar a área médica do ponto de vista do design.

Ele começou apresentando o Lab100, um projeto que apresenta o futuro do atendimento ao paciente.
O projeto é de 2017 e 5 anos depois o Lab100 ainda é futurístico. Porquê? Porque faltam designers trabalhando com a área de saúde!
Atualmente é como se estivéssemos no MSDOS (antiga interface de texto dos computadores) do design hospitalar. Muito pode ser feito para melhorar a vida dos pacientes e profissionais de saúde.
Uma das coisas que designers conseguem fazer é estimular pessoas a novos hábitos.
De acordo com o CDC (Centro de Controle de Doenças) a redução de 3 hábitos: tabagismo, má alimentação e sedentarismo; reduziria drasticamente doenças do coração, diabetes e alguns tipos de câncer.
Existe muito espaço para melhoria na saúde: hospitais, APIs, testes, softwares, sensores biométricos e dados. Todos esses espaços poderiam ter designers trabalhando com profissionais de saúde, profissionais de tecnologia e empreendedores de todo tipo.
Um dos pontos básicos que faltam hoje em dia é um tipo de sistema que permita aos diferentes especialistas médicos conversarem sobre um paciente. O fisioterapeuta conversar com o ortopedista, a nutricionista com a cardiologista, o terapeuta com o psiquiatra. Essa conversa poderia ser através de um app onde ambos os profissionais de saúde compartilham dados e o paciente teria acesso a todo o seu histórico.
Ele termina com 5 provocações para a área de saúde:
- Médicos poderiam ser melhores contadores de histórias e ajudar os pacientes a absorver toda a informação dos seus tratamentos.
- Profissionais de saúde poderiam colaborar mais entre si e com o paciente.
- Nivelar o conhecimento entre médicos e pacientes sobre saúde e tecnologia.
- Construir melhores processos de feedback entre médico-paciente.
- Permitir que os médicos sintam um pouco mais o que se passa com o paciente.