Quem acompanha as notícias deve estar se perguntando o que é 5G e como ele impacta a vida de todos. O mercado promete uma internet mais rápida e mais qualidade na experiência do usuário. Porém, vamos do início.   

O que é 5G?

O 5G é a nova geração de redes móveis e de banda larga. Como nas outras atualizações (3G, 4G) a velocidade aumenta mais uma vez, mas essa não é a grande vantagem do 5G para os negócios e para a sociedade, a grande vantagem é o ganho de latência.

Qual a diferença do 4G para o 5G?

A tecnologia 5G é, em média, 20 vezes mais rápida do que o 4G. A velocidade máxima de download do 5G é de 2 Gbps (Gigabits por segundo) já a do 4G é de 150 Mbps (Megabits por segundo), cerca de 13 vezes mais rápido. Em termos práticos, no entanto, a velocidade média do 5G deve ficar entre 50 e 400 Mbps enquanto a do 4G hoje é de 15 Mbps, ou seja, no mínimo 3 vezes mais rápido. 

A velocidade média cai muito porque depende de diversos fatores, desde a qualidade de transmissão do sinal, qualidade da conexão e distância do servidor onde estão localizadas as informações que você pretende baixar até a qualidade da sua rede local, incluindo aí seu roteador e a placa de rede interna do seu computador.

E apesar de chamarmos popularmente isso de velocidade, na verdade esse indicador é a largura de banda.

O que é latência? O que é largura de banda?

Latência é o tempo que um pacote demora para sair de um dispositivo (seu celular, uma impressora, um assistente de voz, um sensor em uma fábrica ou um carro autônomo) chegar no servidor e depois voltar para esse dispositivo.

Embora seja costume medir a velocidade de uma rede pela quantidade de dados que trafegam nela, a verdadeira “velocidade” da rede é a latência. Enquanto que a largura de banda é a capacidade de trafegar dados nessa rede.

Pense na latência como um carro (2G), um ônibus (3G)  ou um caminhão (4G). Ambos podem estar numa mesma velocidade em uma estrada, mas a quantidade de carga (dados) que cada um carrega é diferente. 

Imagine que agora chegou o avião (5G), além de transportar muito mais dados ele pode chegar muito mais rápido em qualquer lugar!

A latência de uma rede 4G é de 10 ms a 50 ms (milissegundos), no 5G é de 1 ms a 5ms. Ou seja, o tempo é praticamente imperceptível já que em 1 segundo temos 1000 milissegundos

Mas o que dá pra fazer com essa “velocidade” que não dava para fazer antes?

Quais são as novas tecnologias que precisam do 5G?

Agora, falando sobre quem tem a tecnologia 5G, a nova geração já está presente em diversos segmentos da indústria, auxiliando em melhorias de automação e também impulsionando a performance de profissionais.

Medicina

Hoje já existem “robôs” que operam à distância, em uma ponta tem um médico e do outro lado uma máquina que reproduz os movimentos do médico, é mais como um braço mecânico do que como um robô na verdade, já que é uma máquina que não tem autonomia.  

O problema dessas máquinas hoje é que, quando o médico aciona o braço mecânico de onde ele está, o tempo de resposta do braço do outro lado é muito grande, e quando o vídeo com a imagem do paciente chega de volta para o médico, às vezes ele não consegue reagir a algum corte ou sangramento com a mesma eficiência que teria pessoalmente.

Com a diminuição da latência esse tempo de resposta cai significativamente e o médico consegue operar como se estivesse presencialmente ao lado paciente.

Mobilidade

Um carro autônomo consegue enxergar 3 campos de futebol em qualquer direção, são informações que contêm áudio, vídeo e até uma espécie de radar. Porém como processar de forma eficiente todos esses dados para tomar as melhores decisões?

É possível enviar esses dados para a nuvem onde computadores com grande potencial de processamento podem dar respostas instantâneas. Mas o tempo de latência das redes atuais pode comprometer a velocidade dessa resposta, aumentando o risco de um acidente. 

Com o 5G os carros autônomos terão maior capacidade de processamento e melhor tempo de resposta que um ser humano. Uma pessoa hoje tem um tempo de reação de 200 a 700 ms em um acidente.

Já existem serviços de carro autônomo em operação em algumas cidades dos Estados Unidos e a Alemanha já está trabalhando para regularizar carros autônomos até 2022. Aqui no Brasil com o 5G talvez seja possível ver esses veículos em algumas fábricas imediatamente enquanto não há regulamentação para ganharem as ruas.

Indústria

Um dos pilares da indústria 4.0 é o 5G (além de IOT, Cloud e Automação), com a chegada do 5G os sensores da fábrica integrados com a nuvem vão permitir rodar sistemas de segurança e manutenção que tomam decisões em tempo real. Com isso, além de aumentar a segurança das fábricas, também será possível diminuir o risco de paradas por quebras, desgastes e mal funcionamento.

Para tomar todas essas decisões em tempo real seria necessário instalar super computadores nas fábricas e o custo seria altíssimo. Com o 5G os sensores enviam os dados para a nuvem onde supercomputadores analisam se uma peça está desgastada e diminui o ritmo da máquina até a troca da peça para evitar uma parada por quebra, eles podem automaticamente acionar uma equipe de manutenção, trocar fornecimento de energia e, dependendo do nível de automação até trocar componentes automaticamente com o uso de robôs.

E-sports

Os esportes eletrônicos, ou e-sports, estão em plena ascensão no mundo, principalmente os FPS (First Person Shooter com o Counter Strike) e os MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) como o LOL. 

Um dos problemas hoje para o aumento da competitividade nesses esportes é o tempo de latência, um jogador com uma ótima conexão e um computador topo de linha quase consegue se desviar das balas quando comparado com um jogador sem a melhor tecnologia a sua disposição.

Com o 5G essa diferença diminui, fazendo com que o talento do jogador se torne mais importante do que o aparato tecnológico em si. Com uma mudança dessas os e-sports podem até se tornar esportes olímpicos!

E ainda existem muitas tecnologias que podem ser combinadas para criarem novas soluções uma vez que o 5G esteja disponível, como por exemplo jogar ping pong à distância com um amigo em uma realidade virtual ou reprogramar semáforos em tempo real baseado na análise do tráfego, pessoas e eventuais acidentes.

É muito legal viver no futuro, né?

Publicado originalmente no blog da Digital House Brasil.