Pra mim publicidade sempre foi sobre se conectar com as pessoas.

Se eu consigo me conectar com as necessidades de um grupo de pessoas e convencê-las de que eu tenho a solução, então eu tenho grandes chances de criar algo bacana.

Por isso me causa estranheza quando o passatempo preferido de muitos publicitários é desprezar uma série de manifestações culturais que poderiam muito bem ser utilizadas para gerar conexões.

Eu não estou falando daqueles que escrevem textos irônicos, eu aprecio a ironia, quando eles publicam essas ironias eles estão justamente se conectando com uma audiência específica, admiro e muito esses publicitários.

Mas tem uma galera que realmente tem preconceito contra funk, livros para colorir, manifestações, vampiros adolescentes e outros eventos culturais diversos que temos presenciado nos últimos anos.

Falar mal e apedrejar se tornou mais importante do que ouvir e buscar entender.

Eu entendo que muitos fazem isso para criar uma identidade de grupo, ser anti-alguma coisa pode ser tão ou mais forte do que ser pró-alguma coisa, mas me parece um paradoxo que ser antipático é a marca de um grupo que deveria ser empático.

Eu já fui do tipo que odiava muita coisa, principalmente quando trabalhava com tecnologia, e ultimamente enquanto dissecava as transformações pelas quais eu passei nesses últimos anos percebi que aprender a ser mais empático foi uma mudança crucial.

Ou talvez eu simplesmente tenha percebido que a vida ficou mais leve e divertida depois que deixei de odiar um monte de coisas e todo esse papo sobre comunicação e publicidade seja só desculpa pra parecer que foi uma mudança pensada no futuro da minha carreira.

Nós vivemos dizendo que a vida é passageira, mas raramente mudamos o nosso rumo.